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Entrevista | Esperidião Amin mantém portas abertas para Merisio e critica atitudes dos filhos de Bolsonaro

Por: Marcos Schettini
31/10/2019 17:08 - Atualizado em 31/10/2019 17:11
Marcos Oliveira/Senado

Carregando o sobrenome de uma das famílias mais tradicionais na política catarinense, Esperidião Amin iniciou sua trajetória pública há 50 anos. Vencedor de muitos pleitos e derrotado em outros, o ex-governador trouxe sua esposa Angela e seu filho João para a vida política. Como ele, ela foi prefeita de Florianópolis e hoje é deputada federal. João foi vice-prefeito da Capital e segue no segundo mandato de deputado estadual. Prestes a completar 72 anos e com mandato de senador até 2026, Esperidião não descarta disputar novas eleições. Em entrevista concedida ao jornalista Marcos Schettini, criticou o enfrentamento do Governo Bolsonaro e afirmou que o governador Moisés segue “monotonamente coerente” com seu estilo expresso em 2018. Confira:


Esperidião Amin com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), nesta terça-feira (29) - Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

Marcos Schettini: Qual é o desafio do Progressistas para as eleições do ano que vem?

Esperidião Amin: O nosso principal desafio e é também a prioridade que o partido estabeleceu em nível nacional, como diretriz básica, é motivar a participação do jovem e termos o maior número possível de candidatos jovens e mulheres. Este é o grande desafio, não só do nosso partido, mas um desafio da política brasileira.

Schettini: O PSL vem tropeçando em si mesmo. Isso dá luz aos demais partidos?

Amin: Eu não posso comentar o que está acontecendo no PSL, mas é lamentável que o partido que se elegeu em função do candidato a presidente da República, tenha a carga desse desencontro, que aqui no Sul do Brasil pode ser definido como “briga de bugio”.

Schettini: O modelo de utilizar mais as redes sociais do que o debate com a sociedade funciona?

Amin: As redes sociais vieram para ficar. Agora, elas vão ter um peso sempre relativo. Uma eleição ela pode ter mais peso, dependendo dos temas, e outra eleição podem ter menos peso. Eu creio que na eleição municipal o peso não será sequer parecido com aquele da eleição de 2018.

Schettini: Por que Gelson Merisio ainda não foi para o Progressistas?

Amin: Acho que essa pergunta tem que ser feita ao próprio Gelson Merisio. Nosso partido nunca lhe faltou, nem na eleição, nem antes e nem depois.

Schettini: O senhor é um vencedor político. Levanta, cai, levanta novamente. A paciência é um aliado para quem quer o poder?

Amin: A paciência tem que fazer parte da nossa vida. Não só para a política. Impaciente, como diz o provérbio popular, “come cru”. A impaciência também irrita. Então acho que temos que ter cada vez mais humildade, ouvir mais do que falar e aprender. Não há coisa pior do que o sujeito que não aprende, nem com os seus erros e nem com os erros que testemunham.

Senador Esperidião Amin na CPI dos Títulos Públicos, em 04 de março de 1997, ao lado dos senadores Emilia Fernades, Carlos Wilson, Fernando Bezerra, Romeu Tuma - Foto: Célio Azevedo

Schettini: Como o senhor vê este enfrentamento que Jair Bolsonaro tem feito com aliados e poderes paralelos?

Amin: Isso é muito ruim, para ele (Bolsonaro), para o Brasil, para a democracia, para o governo, ou seja, não é bom para ninguém. É pior, porque afeta mais as instituições do que a “briga de bugio”, que mencionei anteriormente.

Schettini: Os filhos do presidente da República podem derrubar o pai do Poder?

Amin: Quanto a questão dos filhos do presidente, acho que mais atrapalha do que ajuda. Mas isso eles que precisam fazer uma reflexão. Isso é um assunto antes de ser político, familiar. Eu respeito. Mas os efeitos políticos, hoje, é uma unanimidade dizer que há mais prejuízos do que benefícios.

Schettini: O governador Carlos Moisés tem um estilo diferente. O que ele ganha ou perde?

Amin: Você não pode imaginar alguém que teve a trajetória do governador Moisés, tenha um comportamento de alguém que já disputou cinco, seis eleições ou que tenha uma carreira política. Acho que ele tem um estilo. Cabe a sociedade avaliar. Nós políticos temos outro estilo e, muitos políticos, não gostam do estilo dele. Não é o meu caso, que respeito. Ele não está sendo incoerente com o estilo que ele teve na campanha, pelo contrário, está sendo monotonamente coerente.

Schettini: Quem são os nomes que o senhor percebe que estarão na eleição de 2022?

Amin: É muito cedo. Tomara que tenhamos nomes novos, com jovens e mulheres que vão disputar a sua primeira eleição. O partido vai fazer um grande empenho para dar vez, voz e oportunidade às mulheres. Então, o que eu mais desejo é isso.

Schettini: O senhor é candidato a governador ou tem um outro caminho a tomar? Seria vice na chapa de Jair Bolsonaro ou de Sergio Moro?

Amin: Isso é especulação. Até me diminui. Vou responder quando me questionar se sou candidato à Presidência da República.


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